No
dia 29 de junho de 2012, o coletivo da Escola Milton Santos teve a alegria de
festejar a solenidade de formatura da Turma Carlos Marighella, 4ª. Turma do Curso
Técnico de Agroecologia da escola. O curso, na modalidade integrado
ao ensino médio/PROEJA (Educação de Jovens e Adultos), teve duração de março de 2010 a junho de 2012. Formaram-se
21 educandos, de todas as regiões do Paraná, e cerca de 300 pessoas estiveram
presentes na comemoração, entre familiares, educadores e amigos.
Nome de Turma: CARLOS MARIGHELLA
A história da
América Latina é uma história de injustiça e exploração. Mas é também – e,
sobretudo – a saga da resistência de homens e mulheres que, ao longo de cinco
séculos, deram suas vidas no combate aos usurpadores das riquezas do
continente.
Também guiado pela convicção na justiça
social – e sob a bandeira do socialismo- o brasileiro Carlos Marighella
procurou transformar de forma radical a realidade sócio- econômica do nosso
país- Brasil.
Carlos
Marighella nasceu em Salvador (BA), em 5 de dezembro de 1911. A figura de Carlos Marighella não permite os concensos fáceis.
Seu legado incomoda, inquieta, aguilhoa. À
direita , aos poderosos, porque difunde o exemplo da luta revolucionária,conduzida
com radicalidade da forma e do conteúdo. À esquerda, porque exige o constante estudo e prática revolucionária.
Marighella é complexo, rico na disposição de luta e
de pensar a realidade brasileira, decidido em ir ás últimas consequências na
ação revolucionária, mas terno, amoroso, apaixonado por sua terra e sua
gente. Teve uma longa trajetória de luta
e dedicação.
As idéias de Marighella não morreram com ele. Sua
experiência acumulada em quarenta anos de atividade política foi registrada em
textos que percorreram o mundo. Na noite de 4 de novembro de 1969,Marighella
foi covardemente assassinado numa emboscada da Alameda Casa Branca, em São
Paulo.
Banner da turma.
Carta enviada
pela Companheira
do Militante Carlos Marighella, Clara Charf
Estimados companheiros estudantes e professores
da Escola Milton Santos,
Seria para mim uma grande alegria estar com vocês
nesta formatura que homenageia o companheiro Carlos Marighella.
Não podendo estar presente nesta solenidade,
quero lembrar junto com vocês o valor, a dedicação, a luta pelos ideais da
liberdade, do socialismo que marcaram sempre a vida de Marighella, desde os
tempos de estudante até quando foi covardemente assassinado pela ditadura
militar em 69.
Marighella pautou sua vida pelo amor ao estudo,
pela solidariedade com nossos irmãos do campo e da cidade, com os oprimidos do
nosso país e dos povos irmãos. Poeta, militante, deputado, solidário sempre com
as causas da liberdade e da igualdade entre os povos, são marcas inesquecíveis
da sua personalidade.
Que o exemplo de vida de Carlos Marighella nunca
se perca e seja para vocês como um farol iluminando vossa jornada.
Recebam meu afetuoso abraço. Parabéns a todos e
todas.
Clara Charf
Rio de Janeiro, 29 de junho de
2012.
COMPROMISSOS DOS MILITANTES-TÉCNICOS-PEDAGOGOS COM
AS COMUNIDADES DO CAMPO E O MOVIMENTO SOCIAL:
Nós formandos técnicos em agroecologia turma Carlos
Marighella assumimos aqui o compromisso perante á todos os presente.
A)
comprometemo-nos em praticar o “diálogo de saberes” como troca de experiências
valorizando o saber popular na atuação técnico-militante-pedagogo em
agroecologia na construção do projeto popular e soberano.
B)
comprometemo-nos pautar o debate da produção agroecológica e seu
desenvolvimento, buscando a soberania alimentar das famílias nos assentamentos de
reforma agrária e sociedade local.
C)
comprometemo-nos lutar contra qualquer forma de injustiça e exploração do ser
humano e da natureza.
D)
comprometemo-nos conquistar espaço na sociedade e lutar por politicas publicas
que sejam viáveis a produção em base agroecológica nos nossos territórios.
FORMANDOS:
1 - André Carlos Barreto de Oliveira –
Congonhinhas/PR.
2 - Daniele Pereira – Altamira do Paraná/PR.
3 - Diego Fernando Martins Almeida – Quinta do
Sol/PR.
4 - Edson Fortunato de Souza – Terra Rica/PR.
5 - Eduardo Alves Amaro – Ortigueira/PR.
6 - Eliane Ribeiro Pinto – Londrina/PR.
7 - Francismar José Gonçalves - Ortigueira/PR.
8 - Jeane Aparecida Soares da Silva – Luisiana/PR.
9 - José Eraldo Korczak – Peabiru/PR.
10 - Josue Roque – Terra Rica/PR.
11 - Márcio Antonio Proença - Ortigueira/PR.
12 - Mauricio Antonio de Paiva – Congonhinhas/PR.
13 - Marcos Francis Vilela – Altamira do Paraná/PR.
14 - Natália da Silva – Mariluz/PR.
15 - Nivaldo Domingues – Bituruna/PR.
16 - Patricia Balbinotti – Boa Ventura de São
Roque/PR.
17 - Rosely dos Santos Maia – Maringá/PR
18 – Silvio Duarte da Luz – Cascavel/PR.
19 – Tiago Aparecido Placidino – Londrina/PR
20 – Valdevino Benedito do Silva - Congonhinhas/PR.
21 – Wesley Fernando Maciel - Congonhinhas/PR.
RONDÓ
DA LIBERDADE
Carlos Marighella
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
Há os que têm vocação para escravo,
mas há os escravos que revoltam contra a
escravidão.
Não ficar de joelhos,
que não é racional renunciar a ser livre.
Mesmo os escravos por vocação
devem ser obrigados a ser livres,
quando as algemas forem quebradas
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
O homem deve ser livre...
O amor é que não se detém ante nenhum
obstáculo,
e pode mesmo existir até quando não se é
livre.
E no entanto ele é em si mesmo
a expressão mais elevada do que houver de
mais livre
em todas as gamas do humano sentimento.
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
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