"O cotidiano será, um dia ou outro, a escola da desalienação" (Milton Santos)

terça-feira, 24 de julho de 2012

Produção


Apesar de a Escola Milton Santos possuir uma grande extensão territorial (76,92 ha), menos da metade dela tem aptidão agrícola ou pecuária, como mostra o quadro 2:

Quadro 2: Uso agrícola do solo da Escola Milton Santos.
Uso
Área (ha)
Área de Preservação Permanente
46,2
Bovinocultura de leite
16,0
Lavouras
7,3
Horta
2,4
Agrofloresta
2,4
Fonte: Setor de Produção da EMS (2010).

A Área de Preservação Permanente-APP ocupa aproximadamente 60 % do território da escola, incluindo diversas nascentes, um banhado e a antiga pedreira, de onde se retirava cascalho. Cerca de 10 há já estão em avançado estágio de reflorestamento, e o restante em recuperação.
A área destinada à bovinocultura de leite é aquela com a declividade mais acentuada, imprópria ao uso agrícola. O sistema escolhido é o semi-intensivo, por meio do Pastoreio Racional Voisin-PRV[1], que se encontra em estágio de implantação. Boa parte das cercas internas estão sendo implantadas no sistema de moirão vivo, por meio de alporquia de árvores adultas, que também servirão ao sombreamento da pastagem e como banco de proteína (leguminosas como a leucena). O gado é girolando, mais rústico e adaptado ao clima quente. Também se trabalha com suinocultura e com a avicultura colonial. Todos os subsistemas animais estão em conversão para a agroecologia.
 Plantio de leucena como moirão vivo.

 Rebanho da EMS.


 Sala de ordenha

Tourinhos selecionados para venda
 
A lavoura se destina prioritariamente ao consumo interno da escola (café, mandioca e feijão), havendo comercialização do excedente (mandioca). 

 
AMandioca em consórcio com adubos verdes.

A agrofloresta reúne futíferas diversas, árvores nativas e adubação verde. 

 Agrofloresta.
Na horta agroecológica se cultivam diversas espécies durante todo o ano, em consórcio com plantas espontâneas e repelentes. Parte da produção é destinada ao consumo interno da escola, para enriquecer a alimentação dos trabalhadores permanentes e educandos do curso de agroecologia. O restante é vendido na feira livre na cidade de Paiçandú, a um preço justo. 


 Horta agroecológica da EMS.


A tabela 1 traz a produção mensal  da horta:

Tabela 1: Produção mensal da horta em novembro de 2010.
Produto
Quantidade
Unidade
Alface
1.100
pés
Almeirão
700
pés
Tempero verde
800
maço
Beterraba
360
kg
Cenoura
360
Kg
Rabanete
360
Kg
Abóbora
160
unid.
Tomate
160
Kg
Couve
200
maço
Pepino
160
Kg
Fonte: Setor de Produção da EMS (2010).


         Horta agroecológica da EMS.

        O solo de boa parte do terreno encontrava-se em estágio avançado de degradação, devido à prática anterior de retirada de basalto pela prefeitura. Diversas práticas de recuperação de solo foram empregadas: compostagem, vermicompostagem e adubação verde (em rotação e consorciamento).

 Compostagem

 Adubação verde - Crotalária

 Sementes de guadu produzidas na escola.

Duas práticas se destacam ainda na trajetória da escola: a técnica da alporquia para a obtenção de mudas grande porte e o emprego de tecnologias para uso de fontes renováveis de energia (ver postagens).


[1] Ver PINHEIRO MACHADO, L. C. Pastoreio Racional Voisin: Tecnologia Agroecologica para o 3° Milênio. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2004.

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