Apesar de a Escola Milton Santos possuir uma grande extensão territorial
(76,92 ha), menos da metade dela tem aptidão agrícola ou pecuária, como mostra
o quadro 2:
Quadro 2: Uso agrícola do solo da Escola Milton
Santos.
Uso
|
Área
(ha)
|
Área de Preservação Permanente
|
46,2
|
Bovinocultura de leite
|
16,0
|
Lavouras
|
7,3
|
Horta
|
2,4
|
Agrofloresta
|
2,4
|
Fonte: Setor de Produção da EMS (2010).
A Área de Preservação Permanente-APP ocupa aproximadamente 60 % do
território da escola, incluindo diversas nascentes, um banhado e a antiga
pedreira, de onde se retirava cascalho. Cerca de 10 há já estão em avançado
estágio de reflorestamento, e o restante em recuperação.
A área destinada à bovinocultura de leite é aquela com a declividade
mais acentuada, imprópria ao uso agrícola. O sistema escolhido é o semi-intensivo,
por meio do Pastoreio Racional Voisin-PRV[1], que se encontra em
estágio de implantação. Boa parte das cercas internas estão sendo implantadas
no sistema de moirão vivo, por meio de alporquia de árvores adultas, que também
servirão ao sombreamento da pastagem e como banco de proteína (leguminosas como
a leucena). O gado é girolando, mais rústico e adaptado ao clima quente. Também
se trabalha com suinocultura e com a avicultura colonial. Todos os subsistemas
animais estão em conversão para a agroecologia.
Plantio de leucena como moirão vivo.
A lavoura se destina prioritariamente ao consumo interno da escola
(café, mandioca e feijão), havendo comercialização do excedente (mandioca).
A agrofloresta reúne futíferas diversas, árvores nativas e adubação verde.
AMandioca em consórcio com adubos verdes.
Agrofloresta.
Na horta agroecológica se cultivam diversas espécies durante todo o ano,
em consórcio com plantas espontâneas e repelentes. Parte da produção é
destinada ao consumo interno da escola, para enriquecer a alimentação dos
trabalhadores permanentes e educandos do curso de agroecologia. O restante é
vendido na feira livre na cidade de Paiçandú, a um preço justo.
Horta agroecológica da EMS.
A
tabela 1 traz a produção mensal da
horta:
Tabela 1: Produção mensal da horta em novembro de
2010.
Produto
|
Quantidade
|
Unidade
|
Alface
|
1.100
|
pés
|
Almeirão
|
700
|
pés
|
Tempero verde
|
800
|
maço
|
Beterraba
|
360
|
kg
|
Cenoura
|
360
|
Kg
|
Rabanete
|
360
|
Kg
|
Abóbora
|
160
|
unid.
|
Tomate
|
160
|
Kg
|
Couve
|
200
|
maço
|
Pepino
|
160
|
Kg
|
Fonte: Setor de Produção da EMS (2010).
Horta agroecológica da EMS.
O solo de boa parte do terreno encontrava-se em estágio avançado de degradação, devido à prática anterior de retirada de basalto pela prefeitura. Diversas práticas de recuperação de solo foram empregadas: compostagem, vermicompostagem e adubação verde (em rotação e consorciamento).
Compostagem
Adubação verde - Crotalária
Sementes de guadu produzidas na escola.
[1] Ver PINHEIRO MACHADO, L. C. Pastoreio Racional Voisin: Tecnologia
Agroecologica para o 3° Milênio. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário