O trabalho com energias renováveis
teve início na Escola Milton Santos em 2002, quando pesquisadores do Grupo de
Cooperação do Campus de Terrassa-GCCT, da Catalúnia, Espanha, que estavam
trabalhando na COPAVI num secador solar de frutas, fizeram uma visita à escola,
onde implementaram alguns equipamentos simples. Em 2004, após nova visita do
GCCT, um integrante do coletivo da escola foi convidado a fazer um treinamento
na Espanha, passando 9 meses em atividades de capacitação. O grupo retornou
novamente em 2005, e uma parceria foi firmada para a capacitação de outro membro
do coletivo, o técnico em agroecologia Sidnei Apolinário, que, juntamente com
integrantes de outras escolas do MST, participou de um curso em regime de
alternância no Paraguai, entre 2006 e 2007, no Centro de Engenharia e
Desenvolvimento em Energias Renováveis-CEDSOL.
Fruto desse trabalho que já completa 8
anos, estão em funcionamento hoje na escola os seguintes equipamentos e
bioconstruções:
1. Aquecedor solar – um conjunto complexo aguarda ser
reinstalado no banheiro coletivo, reformado recentemente; nas casas dos
moradores permantes, foram instalados vários conjuntos feitos com materiais
alternativos, como garrafas pet.
2. Cozinha solar – consiste numa panela em que se
podem cozer alimentos por meio da energia solar. As mais recentes foram
confeccionadas com materiais alternativos, como papelão e madeira.
3. Desidratador solar de plantas medicinais e frutas.
4. Biodigestor
– equipamento usado para a produção de biogás (cerca de 75% de dióxido de
carbono e 25% de gás metano), em que bactérias digerem matéria orgânica
(neste caso, esterco bovino) em condições anaeróbicas. Atualmente existem dois biodigestores na escola, um
destinado a abastecer o fogão da cozinha coletiva, e outro instalado próximo a
uma das casas dos moradores permanentes da escola.
5. Aquecimento de água por meio de serpentina, no
fogão à lenha da cozinha coletiva.
6. Painel fotovoltaico - aproveitamento de energia
solar para geração de energia elétrica, instalado em uma das casas dos
moradores permanentes.
7. Círculo de bananeiras - para tratamento de água
cinza nos banheiros coletivos, lavanderia, refeitório e horta (local de limpeza das verduras), além
de uma casa.
8. Captação de água da chuva - a escola dispõe de um sistema de calhas para captar água da chuva em 2.800 m2 de telhado, armazenando-a em duas cisternas, com capacidade total de 510.000 litros. Atualmente, o sistema está desativado, aguardando reformas.
Vista exterior de uma das cisternas.
Vista do bloco de alojamentos, com as calhas de captação.
9. Vassouras feitas com garrafas pet.
10. Banheiro seco - trata-se de um banheiro ecológico
em que os dejetos não são misturados à
água potável, mas sim a materiais secos (aparas de grama, palhadas, etc.),
resultando na compostagem do material, que se torna assim livre de patógenos e
um excelente fertilizante.
Em função da
experiência que vem acumulando, o técnico em agroecologia Sidnei Apolinário já
ministrou aulas em diversos cursos e oficinas fora da EMS.
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