"O cotidiano será, um dia ou outro, a escola da desalienação" (Milton Santos)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A Escola Milton Santos e a Educação do Campo



Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação-INEP/MEC, menos da metade dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos está cursando o ensino médio; destes, em torno de 50% chega a concluí-lo. E 60% das matrículas atuais são em cursos noturnos.
            No campo a situação da escolarização da juventude é ainda mais crítica: pouco mais de um quinto dos jovens na faixa de 15 a 17 anos está freqüentando o ensino médio e há também muitas diferenças entre as regiões do Brasil. Nas áreas de Reforma Agrária os dados são semelhantes. A Pesquisa Nacional da Educação na Reforma Agrária-PNERA, feita pelo INEP em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-INCRA, apontou que entre as 8.679 escolas existentes em assentamentos, apenas 373 delas oferecem o ensino médio[1].
            Há uma significativa demanda a ser atendida. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios-PNAD, de 2004, há em torno de 6 milhões de jovens na faixa etária de 15 a 24 anos vivendo no campo. E a PNERA nos indica que de uma população de 203 mil jovens existentes nos assentamentos na faixa de 15 a 17 anos, aproximadamente 47 mil estão fora da escola e dos que a freqüentam, são pouco menos de 28 mil os que estão no ensino médio. Há, por sua vez, em torno de 500 mil estudantes na faixa etária de 7 a 14 anos e que representam uma demanda potencial para a escolarização de nível médio, somando-se à população assentada acima de 18 anos, cujo número é superior a 1 milhão e 400 mil pessoas, e das quais apenas cerca de 92 mil concluíram o ensino médio.
No Paraná existem hoje cerca de 20 mil famílias assentadas em 319 projetos de assentamentos, distribuídos em diversos municípios do Estado. Aguardando a realização da reforma agrária estão outras 6 mil famílias acampadas (em beira de estrada ou em fazendas improdutivas).
      A consolidação da Escola Milton Santos contribui para criar uma referência positiva na Educação do Campo, na Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável para Maringá e região.



[1] PNERA. Brasília: MEC/INEP/MDA/INCRA/PRONERA, 2005.

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